domingo, 8 de outubro de 2023

As medalhas do Nobel e os nazistas

Em plena Segunda Guerra Mundial, quando os nazis assumiram o controle de Copenhaguen, ocorreu uma situação peculiar no Instituto de Física Teórica, liderado pelo físico Niels Bohr. Dois ganhadores do Prêmio Nobel, Max von Laue e James Franck, temendo o confisco de suas medalhas de ouro do Prêmio Nobel pelos nazistas, enviaram as medalhas para Bohr guardá-las. 

No dia em que os nazistas chegaram a Copenhaguen, o químico húngaro Georgy de Hevesy, que trabalhava no laboratório de Bohr, elaborou um plano para evitar a descoberta das medalhas. Considerando inicialmente enterrar as medalhas, eles rapidamente rmudaram de ideia, temendo as buscas minuciosas que os nazistas realizariam. Em vez disso, de Hevesy propôs uma solução química – literalmente. Utilizando uma mistura conhecida como "água régia" (uma mistura de ácidos clorídrico e nítrico), ele começou a dissolver as medalhas de ouro. Esta mistura é uma das poucas substâncias capazes de dissolver o ouro, um elemento notavelmente não reativo. Enquanto os nazistas marchavam pelo lado de fora, de Hevesy dissolveu as preciosas medalhas, reduzindo-as a uma solução incolor que acabou ficando laranja brilhante. O líquido contendo o ouro dissolvido foi então colocado numa prateleira alta do laboratório, onde permaneceu despercebido durante a ocupação nazista.


Após a Segunda Guerra Mundial, ao retornar ao laboratório, de Hevesy encontrou o béquer intacto na prateleira. O ouro foi recuperado da solução e devolvido ao comitê do Prêmio Nobel, que então reeditou as medalhas e as devolveu a Laue e Franck em uma cerimônia em 1952.


Fonte: fermatslibrary 

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